Após chuvas, água invade Rua do Porto
A chuva dos dois últimos dias veio com força. A queda d’água começou no meio da tarde de domingo e continuou durante o dia de ontem, quando havia chovido, até o início da tarde, cerca de 100 milímetros – dos cerca de 230 que são esperados para o mês –, de acordo com o posto meteorológico da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq). As condições climáticas repercutiram na força e no volume de água do Rio Piracicaba, que, desde ontem pela manhã, dobrou o número de metros cúbicos por segundo da sua vazão, chegando a invadir suas margens na Rua do Porto e ruas adjacentes no início da tarde, por volta das 13 horas, quando foi registrada a vazão de 527 metros cúbicos por segundo – 500m³ já é o número crítico considerado pela Defesa Civil. A recomendação do órgão, caso aconteçam inundações, é para que as pessoas procurem ajuda pelo telefone 199. Desde ontem, a Defesa Civil trabalha com quatro equipes de prontidão para averiguar pontos críticos e situações de alerta na cidade durante as chuvas.
Segundo o instituto de pesquisas meteorológicas ClimaTempo, a perspectiva é de que o tempo continue o mesmo durante a primeira semana do ano. O índice pluviométrico na cidade deve continuar em alta até quarta-feira que vem, dia 12, quando a chuva dá uma pausa. Os períodos de chuva devem se alternar entre manhã, tarde e noite.
Na Rua do Porto, a vazão do rio Piracicaba chegou, às 11h30, aos 440 metros cúbicos por segundo. Mais tarde, o Piracicaba transbordou. Contudo, segundo a engenheira Civil do órgão, Andrea Savino, nenhum incidente havia sido registrado até o início da tarde. Apenas pontos de alagamento já conhecidos, como a avenida 31 de Março e o Parque 1º de Maio foram notificados. “É de praxe”, disse, acerca da situação encontrada na avenida.
Para moradores da orla turística da cidade, os períodos de chuvas intensas são comuns. “Não ficamos preocupados. O rio Piracicaba não vai subir de uma hora para outra, até chegar às casas, dá tempo de todo mundo ser retirado”, tranquiliza o aposentado Luiz Angeluto. “Vim aqui agora pela manhã – entre 10 e 11 horas - e, em uma hora, o rio já subiu cerca de dois metros. É muita coisa”, emendou.
Mauricio Amartins, que acompanhava Angeluto na caminhada à beira do rio, disse que a situação é corriqueira. “Faz parte de quem mora por aqui”, afirmou, lembrando do ano de 1983, quando precisou ser removido da casa onde morava no local. “Não cheguei a perder nada, mas logo em sequência mudei de residência”.
Nesta temporada – início de Verão –, outra preocupação da Defesa Civil são os ventos. Conforme o secretário-executivo do órgão, Carlos Alberto Razzano, “nos casos de alagamento e de vazão do rio Piracicaba, temos monitoramento frequente, já que fazemos isso há um bom tempo. É possível saber onde podem ocorrer problemas ou não. Mas os ventos fortes são recentes, ainda não temos como saber se vão ou não acontecer”, destacou, no final da primavera.
Segundo ele, o mapeamento das áreas de risco, que podem vir a ser alagadas, é o mesmo de 2009. “Há vários pontos já conhecidos, como bairros mais afastados, ou as áreas mais centrais, como as avenidas Armando Salles de Oliveira e 31 de Março”, afirmou